quinta-feira, 21 de junho de 2012

Tudo acabou onde começou.


Resolvi seguir o meu próprio conselho. Agora todas as noites quando eu vou dormir mantenho um caderno e uma caneta por perto para o caso de pensamentos me atingirem e eu precisar de alguém com quem compartilhar antes que tudo se vá.

Meu quarto, como todas as noites quando acordo no meio da madrugada, sintetizam em vazio e escuridão, mas dessa vez algo estava errado, fora do lugar e nem ao menos a minha própria presença eu conseguia perceber. Meu coração estava igualmente vazio e tudo havia perdido o sentido e a minha única companhia era a tristeza que estava ao meu lado.

Me vejo como em um labirinto onde dificilmente são achadas as saídas. A escuridão predomina e eu só posso sentir o barulho da minha respiração ofegante. Eis que de repente, ao final de um corredor com vidros espelhados, uma luz muito brilhante rouba a cena. E aparentemente essa luz invade-me e uma sensação boa é percebida. Ela está ali por mim

Como em um movimento instintivo, vou caminhando em sua direção. Chegando mais perto, percebo que os vidros espelhados na verdade são lembranças da minha própria vida, lembranças tão sonhadas sorrindo para mim como forma de dizer que está tudo certo, está tudo no lugar. Me dava paz, aquele corredor me dava paz.

A um passo de alcançar aquela luz tão brilhante e bonita, ela fechara depressa fazendo com que tudo ao redor se perdesse, em seguida ouve-se um barulho tão forte que machuca os meus ouvidos. Eram os vidros espatifando-se pelo chão. O sonho foi embora e a realidade cruel insiste em ficar. Encostar-se na parede e chorar parecia a única solução. É o que eu chamo de vida agora. O escuro me faz companhia até para escrever. Tudo acabou onde começou. Simples e doloroso, como experimentar um pedaço do céu e ser rebaixada para as chamas, para o pior lugar.

Pior do que ser culpado pelas situações que perdemos na vida, é não ser culpado.

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